Quem pensa na Bahia se lembra das igrejas barrocas, dos casarões coloniais, da moqueca e daquela música ritmada e sensual que só os baianos sabem fazer. Foi esse apelo histórico, gastronômico e musical que fez de Salvador um dos principais destinos turísticos do país. Mas o tempo dos prósperos engenhos e das plantações de fumo também deixou uma rica herança em cidades como Cruz das Almas, Cachoeira, Cabaceiras do Paraguaçu, Santo Amaro, Nazaré das Farinhas, Maragogipe, São Félix e tantas outras, localizadas no Recôncavo Baiano – aquela porção de terra que, partindo de Salvador, contorna a Baía de Todos os Santos e encosta do outro lado na Ilha de Itaparica, o segundo pólo turístico mais conhecido da região.
Com os recursos públicos para promover o turismo no Recôncavo e com os esforçado dos próprios baianos, entre eles algumas celebridades, têm-se investimentos em hotelaria e na restauração de edifícios que estão recolocando as cidades próximas da capital baiana no mapa dos passeios que valem a pena.
Abaixo figura ilustrativa com as cidades mais visitadas do Recôncavo e o tempo de viagem gasto com origem em Cruz das Almas.
Cruz das Almas
O município está estrategicamente bem localizado, cortado pela BR 101 a 48 Km de Santo Antônio de Jesus, a 75 Km de Feira de Santana e a 146 Km de Salvador.
Cruz das Almas possui um movimentado centro comercial, 04 agências bancárias, algumas indústrias e é um excelente pólo de educação em fase de expansão, com instituições públicas e privadas de ensino superior. Considerada uma cidade de médio porte Cruz é o único município, dentre os 417 outros do interior da Bahia, a possuir um Centro Nacional de Pesquisa da EMBRAPA que junto as instituições de ensino e o comercio atraem grande número de pessoas para trabalhar, estudar, participar de congressos, seminários e programas de qualificação profissional.
Um outro potencial de cunho socioeconômico para a cidade e região e que merece destaque é a festa de São João, uma das melhores da Bahia.
Tur Virtual de Cruz das Almas
Cachoeira
A 20 minutos de Cruz das Almas pela Br 101, Cachoeira é o principal destino turístico do Recôncavo. Tombada como monumento nacional, é um museu a céu aberto a ser percorrido a pé e com calma, com paradas na sede da Fundação Hansen Bahia, nas praças da Aclamação e Aristides Milton, na sede e na capela da Irmandade da Boa Morte, organização religiosa fundada por escravas libertas há 200 anos. Dilapidada pelo tempo, a cidade tem cerca de 200 casarões em estado periclitante.
Ligada a Cachoeira pela secular Ponte Dom Pedro II, do outro lado do Rio Paraguaçu, São Félix tem o clima das antigas cidades coloniais. Sua principal atração é o centro cultural mantido pela fábrica de charutos Dannemann. Dali, com mais 30 quilômetros de estrada precária e belas paisagens, se chega a Maragogipe.
Maragojipe
Tradicional porto do Recôncavo, a cidade oferece uma farra gastronômica de peixes e camarões. Muito maltratado num tempo de pouca consciência ecológica, seu manguezal está sendo replantado. Um passeio de barco revela as ruínas históricas do Convento de São Francisco e as antigas sedes dos engenhos Novo, Velho e da Ponta. Maragogipe oferece passeio de barcos que contemplam a paisagem da Baía de Todos os Santos e, com sorte, a um balé de golfinhos em torno do barco.
Cabaceiras do Paraguaçu
Localizado a 30 min da cidade de Cruz das Almas encontra-se Cabaceiras do Paraguaçu que teve sua história lastreada na história do poeta Castro Alves e de sua família. O Parque Histórico Castro Alves é um museu biográfico (inaugurado em março de 1971) situado na Fazenda Cabaceiras, onde morou Castro Alves (14.03.1847 – 6.07.1871). O lugar é ideal para o público conhecer, pesquisar e mergulhar no universo do porta-voz literário da Abolição da Escravatura no Brasil. Além de acervo de mais de 380 objetos que pertenceram a Castro Alves e seus familiares, formado por fotografias, cartões-postais, manuscritos, livros, indumentárias, adornos pessoais, utensílios domésticos e artes visuais, o Parque Histórico dispõe de auditório aberto com capacidade para 200 pessoas e biblioteca. Visitação: terça a domingo e feriados, de 9h às 12h e de 14h às 17h. End.: Praça Castro Alves, 106, Cabaceiras do Paraguaçu. Tel.: (75) 3681-1102.
Outro atrativo da Cidade é o Rio Paraguaçu. Importantíssimo para a economia local as águas do Paraguaçu alem do banho uma grande variedades de peixes vendidos nos restaurante na beira do rio.
Santo Amaro
Em Santo Amaro da Purificação, a aproximadamente 50 quilômetros de Cruz das Almas, existem atrações como a Matriz de Nossa Senhora da Purificação, que, graças a sucessivas campanhas de dona Canô, mãe do compositor Caetano Velloso, teve restaurado seu interior, com pinturas sacras nas paredes, teto e altar. A obra custou 1 milhão de reais. O governo estadual restaurou o Solar do Biju, prédio do século XVIII onde funciona o campus avançado da Universidade Estadual de Feira de Santana. As obras estão começando no Museu Wanderley de Pinho, antiga sede de fazenda com pinturas, móveis e objetos sacros. Santo Amaro oferece a comida típica do Recôncavo, que vai das moquecas de siri a pratos como a maniçoba, mistura de carnes salgadas com folhas de mandioca. Quem gosta de turismo ecológico pode ainda partir pelas trilhas que levam à Mata de Saubara, a 10 quilômetros da cidade.
Tur Virtual de Santo amaro
Nazaré das Farinhas
Depois 55 minutos de Cruz pode-se alcançar de carro Nazaré das Farinhas. As atrações locais são o manguezal nativo, o histórico Solar dos Arcos e o Cine Rio Branco, inaugurado em 1927, é considerado pelo Instituto Britânico de Cinema o mais antigo prédio do gênero no mundo. O prédio foi restaurado e reabriu como cinema e centro cultural. Quem arcou com os custo foi Marcos André Batista Santos, o Vampeta, ex-jogador Corinthians.
Jaguaripe
A 18 quilômetros de Nazaré está Jaguaripe, uma das mais antigas cidades da Bahia. Sua povoação começou em 1546, três anos antes da fundação oficial de Salvador. Merecem visita a Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, de 1613, e a Casa de Câmara e Cadeia, concluída em 1697. Obras recentes de restauração dos dois prédios foram feitas pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado, o Ipac. A cidade é muito procurada por amantes da pesca, que encontram nos rios Jaguaripe e da Dona um viveiro de tainhas, badejos e robalos.
